19 de novembro de 2008

maré formosa



luz, sol e sal.
algum vento e a pele curtida.
os rins a sofrer e as unhas roídas.
o palito, qual cigarro desaparecido.
a boina, gorro, carapuço, garruço.
e a ameijoa, se a maré for formosa.

14 de novembro de 2008

proximidades e vizinhanças



o miolo dos quarteirões das cidades sempre foi objecto dos comentários mais variados:
desde nojo execrável a erradicar, até à melhor coisa que alguém já fez em cidade, tudo já se ouviu.
pessoalmente, apenas guardo a memória de muitos quintais, logradouros, hortas e outros que tais, cada um mais pessoal que o outro.
nunca presenciei - nem usufrui - desse "luxo" apregoado pelos defensores do urbanismo do quarteirão, que é o "miolo de quarteirão comunitário".
tudo o que vi foram imagens como esta: sempre proximidade, mas nunca vizinhança, porque tudo mais não é do que um aglomerado de parcelas individuais...

13 de novembro de 2008

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talvez um dia o sangue se torne verde, e estas palavras ganhem sentido.
hoje são apenas o gesto irreflectido de quem não gosta de paredes brancas.