30 de junho de 2011

sofobomo

amanhã começa de novo...
http://www.sofobomo.org


a ideia é muito simples, tão simples que chega a ser inacreditável ter demorado tanto a surgir:

editar um livro de fotografia com um mínimo de 35 imagens em 31 dias seguidos, num intervalo de dois meses, desde a captura da primeira foto até à conclusão do pdf editado, sem temas, formatos ou ideias previamente determinadas.

sem custo de inscrição mas também sem prémios, apenas com a satisfação de concluir o(s) nosso(s) projecto(s) no prazo determinado e com direito a espaço para publicação online.

Que mais se pode pedir?

29 de junho de 2011

newborn








































Um rebento de girassol poderá não ser exactamente o início de uma família, mas como qualquer rebento, necessita de algum cuidado para poder vingar na vida.

Neste caso, surgiu naturalmente do desenvolvimento da planta.
Noutros casos a procriação resulta de uma sucessão de actos mais ou menos premeditados e intencionais - uma questão da dita "sapiência humana".

Por isso eu nunca deixo de ficar surpreendido quando leio ou oiço notícias sobre a "entrega" de filhos na comissão de protecção de crianças e jovens.

Por dificuldades financeiras em criá-los, por dificuldades mentais em suportá-los, por dificuldades físicas para estar com eles, as razões são sempre variadas.

Todos nós conhecemos, de uma forma mais ou menos próxima, histórias de géneses familiares pouco ou nada recomendáveis, que nalguns casos evoluíram surpreendentemente bem, e noutros resultaram nos fracassos expectáveis. E talvez por isso, não podemos nem devemos fazer os juízos de valor recriminatórios que muitas vezes se lêem ("É castrá-los já! Fazem filhos para ser o estado a sustentá-los!", entre outros).

A família enquanto conjunto de pessoas que partilham uma vida, um espaço, pode ter as mais variadas constituições. Pode ser numerosa e diversificada, ou exactamente o oposto. Pode ser parca em recursos, ou faustosa em rendimentos. Pode ser unida ou ter muitos elementos ausentes.

Mas nenhuma destas definições lhe dá ou tira o direito de existir.
E essa é uma característica que nenhum ser vivo deve ter sobre outro - o direito de existir...

28 de junho de 2011

27 de junho de 2011

alvorada_04 e 05 e 06 e 07...



Em quatro dias desenvolveu-se todo o interior da flor, sempre seguindo a luz solar e sempre libertando o seu pólen.

Independentemente de todas as questões energéticas, alimentares, dermatológicas e estéticas, é uma flor fantástica só de observar!

26 de junho de 2011

25 de junho de 2011

balance, my friends, balance!...

 Ryszard Kot-Kotecki foi um dos meus professores mais carismáticos durante os poucos meses que frequentei o conservatório de Lisboa.
 
Polaco, bailarino, pontual e exigente - características que pouco dizem da afável capacidade de se relacionar com os alunos, mesmo sem falar a nossa língua - pelo menos à época...

leccionava "Corpo", mas fazia-nos entender quão mental é o movimento dos nossos membros e quão mental é o nosso movimento.

Deixou-me na memória uma frase e um momento:

"Balance, my friends, balance!..."
quando exigia o nosso natural equilíbrio sempre que nos movimentávamos.

Exigia que procurássemos o nosso equilíbrio porque só assim os nossos gestos seriam naturais. E não havia nada pior para quem estava em palco do que não ser natural.
Ser falso ou forçado era ser caricatural sem o querer ser.

Como numa escultura, ou num edifício, o equilíbrio transmite a ideia de estabilidade, por mais dinâmica que seja a estrutura ou construção.

O momento inesquecível de Kot-Kotecki era o seu pequeno almoço:
Bailarino com um corpo esculturalmente trabalhado, sempre mais esforçado que o mais esforçado dos seus alunos, com todos os músculos desenhados, surpreendeu-nos quando vimos pela primeira vez esse seu ritual diário - sempre - de beber um grande copo de schnapps e comer um rissol ou croquete antes de começar o seu dia.
Afinal de contas, ele é polaco... e há tradições a manter...



o obituário de um anjo

Der Himmel über Berlin foi para mim a imagem mais marcante deste anjo de olhar disforme, com a sua fluência americana abeirando-se de muros que já não existem.

A sua fama como inspector "columbo" nunca me disse muito. Talvez por uma questão de geração, a própria série nunca me disse muito. Mais tarde voltei a vê-lo noutras subtis participações, mas nenhuma me marcou tanto como a deste anjo em Berlim... em metade de Berlim...

 

 

Peter Falk e Bruno Ganz numa cena de "Der Himmel über Berlin", de Wim Wenders, RFA/França, 1987


21 de junho de 2011

20 de junho de 2011

yosemite



























O que é admirar?
É querer, desejar, ter a capacidade de elaborar uma tarefa semelhante?
É ter inveja? (o que é a inveja?)

É desejar, sonhando, poder um dia experimentar as mesmas vivências?

Com o trabalho de William Neil, eu desejo apenas poder viver as mesmas luzes e estar em alguns dos locais que ele fotografou.

Com várias décadas de trabalho, este jovem idoso, começou a sua carreira com o igualmente jovem idoso - entretanto desaparecido - Ansel Adams, e aprendeu com ele a essência da fotografia de paisagem. Aprendeu que um instante pode demorar várias horas a aparecer, e que temos que estar lá - e preparados - quando acontece. Um instante é o que queremos captar quando dizemos que captamos um "instantâneo". Um instante é a fracção de segundo que captamos e que,
se estivermos preparados e tivermos sorte,
imortalizamos...



YOSEMITE é um dos trabalhos publicados em papel e em suporte digital por William Neil, e possíveis de adquirir através do seu site: http://www.williamneill.com.


Obviamente a foto aqui apresentada é da autoria de William Neil e representa a capa do seu mais recente e-book, versão digital de uma publicação fine-art de 2005. A foto em particular data de 1990 e foi tirada em Cook's Meadow, Yosemite Valley. 
A imagem foi retirada de: http://www.luminous-landscape.com

indelével_03

18 de junho de 2011

17 de junho de 2011

16 de junho de 2011

13 de junho de 2011

o conceito dell' arte

Para quem já não é (muito) novo, as reedições de discos, livros e filmes, ou as recuperações arquitectónicas ou artísticas, ou até as breves citações e referencias literárias, despertam sempre o bichinho da memória.

Para quem já não é (muito) novo, a memória é talvez a nossa qualidade mais traiçoeira, porque tão depressa é viva e activa, auxiliando no desenvolvimento das nossas tarefas, como rapidamente se transforma em algo fugaz, residual, deixando-nos - quais ratos - à mercê das vivências imediatas, sem referências, refazendo os mesmos erros, porque não registamos o que aprendemos com eles.

Para quem já não é (muito) novo, lembrar o último trimestre de 1987 é muito estranho.
Nesse curto espaço de tempo, foram editados neste pequeno rectângulo luso 3 referenciais musicais das décadas vindouras:

Os dias da Madredeus, Coisas que Fascinam e Free Pop.

Os primeiros foram provavelmente, a par de Amália Rodrigues, o maior caso de sucesso musical português além-fronteiras, e gozaram durante vários anos do reconhecimento artístico e musical de público e crítica (podemos criticar o modo como tudo terminou, mas uma vez "esvaziados" os projectos artísticos devem terminar, ponto! E não continuar por teimosia de alguém que entende o contrário...).

Os segundos, que davam pelo honroso nome de Mler if Dada, foram a melhor síntese de integração de Arte plástica num projecto musical de que tenho memória - essa coisa traiçoeira - em Portugal.
Assistir em palco à voz de Anabela, quando o seu corpo atravessava pinturas, que eram portas, que eram cenários sem o ser, vendo discos pintados em forma de alvos - e um disco não é um alvo?
O projecto terminou quase como começou, numa urgência musical de abordar todas as variáveis artísticas, desde músicas para Manobras de Maio, Fado, Jazz e Pop-rock. De repente, de tanto abraçar, tudo se esfumou... Mas fizeram dois discos fenomenais.

O último será talvez o caso mais enigmático... Os pop dell'arte ainda existem e continuam a trilhar os caminhos "estranhos" que inauguraram com o tema "querelle" (fantasia de "marinaio" de olhar profundo e navalha em punho, dançando no Cais do Sodré ou em Santos - ou seria Corto Maltese? - Ou seria Fassbinder?), e prosseguiram com este LP.
João Peste, Rafael Toral, Luis San-Payo, Sapo, entre outros, com participações ocasionais de Nuno Rebelo, Sei Miguel, JP Simões, e muitos mais, são estes os nomes ligados a este grupo.
Ver e ouvir João Peste com os seus vinte e poucos anos naqueles idos de 80 dá uma ideia de quanto aquelas mentes fervilhavam de ideias. 

Foram revolucionários para os nossos revolucionários de Abril, que os rejeitaram como se fossem eles reaccionários, e provocaram um dos maiores ruídos de fundo do panorama musical dos finais da década de 80, esses mesmos anos das primeiras maiorias absolutas, com os dinheiros dos fundos comunitários e toda a gente a participar em comícios só para ouvir as bandas contratadas (alguém esquece o Rui Reininho e a Anabela Duarte a gritar "Free Nelson Mandela!..." em pleno rossio?).

A reedição do Free Pop fez-me lembrar esse final de década.
E para provar a estranha e ainda actual modernidade dos Pop dell'Arte, anexo três temas emblemáticos retirados do democrático Youtube.









Não sei quantas regras de direitos de Autor quebrei com este artigo, mas não sei quem foi o autor da capa, das "letras", das músicas, e tenho a certeza absoluta de ter esquecido alguns nomes... Mas este disco merece ser lembrado!

12 de junho de 2011

11 de junho de 2011

10 de junho de 2011

9 de junho de 2011

8 de junho de 2011

6 de junho de 2011

5 de junho de 2011

4 de junho de 2011

3 de junho de 2011

Mostros da Mérica












roubam-se letras,
sentidos de frases.



soltam-se deuses em fúria,
figuras grotescas,
animais em lamúrias.



soltam-se palavras,
ocas,
que juntas têm sentido,
sem dizer qual.

2 de junho de 2011

HappyWav1980


























talvez um erro de casting,
talvez um erro de ortografia,

talvez nem erro fosse...