30 de abril de 2010

o que aconteceu aqui?...



















foi por acaso,
ontem à noite,
um documentário de origem francesa,
talvez associado ao "IndieLisboa".

Esta imagem apareceu, em video de época (o passado recente por vezes parece já tão distante...), sintetizando a evidência da situação.
Um homem só contra um gigante...
mas desta vez, David não levou a melhor.

há 21 anos começaram as manifestações, revoltas, contestações, greves de fome e outras formas de insurgência, de vários milhares (milhões?) de estudantes chineses. Os protestos centralizaram-se na imensa praça de Tiananmen, onde se localizam vários símbolos de todo esse imenso país, que é a China - Desde o palácio imperial, pedaço de cidade dita proibida, sobre cuja porta impera um enorme retrato do "Grande Timoneiro" Mao, cujo corpo plastificadamente embalsamado repousa em urna aberta num mausoléu da mesma praça, até à enorme torre da cidade - Zengyang - porta sul de entrada na cidade medieval, ou ao enorme obelisco pomposamente denominado "monumento aos heróis do povo", sem esquecer os monumentais museu nacional e auditório nacional, e a sempre referenciada bandeira, cuja cerimónia de astear e arrear, de tão cerimoniosa ser, se tornou atracção turística...

Foi esta praça que muitos estudantes resolveram ocupar há 21 anos, manifestando o seu desagrado pela falta de liberdade, de liberdade de expressão, contra a corrupção endémica no governo e demais organismos do estado.

Depois foi o que se sabe (apesar de muitos insistirem em esquecer...): Golias esmagou David, morrendo muitos em tal esmagamento... Outros sobreviveram mutilados fisica ou mentalmente.

Hoje a China oferece a muitos as verdadeiras vantajens da economia emergente que estava a começar a ser nessa altura. Se comprou o silêncio ocidental com condições favoráveis para implementar instalações fabris - será sempre pura especulação ocidental...
Se nós hoje já não nos podemos negar a comprar produtos feitos na China como forma de protesto - porque praticamente tudo é lá feito - também é pura especulação ocidental...
Que o povo chinês já pouco ou nada fala do que se passou há 21 anos, porque já não quer saber ou porque já têm alguns benefícios económicos e não quer sofrer represálias por estar a desenterrar um passado incómodo - se calhar, também é pura especulação ocidental...

imagem retirada de um banco de imagens, por sua vez retirada das imagens de televisão transmitidas em Junho de 1989, vulgarmente conhecida como "o homem em frente ao tanque em Tiananmen..."
gostava de poder escrever aqui o nome do operador de imagem que a captou, mas se calhar nem ele quer que o nome conste para sua própria segurança...

29 de abril de 2010

24 de abril de 2010

obrigado por estares aqui

















parabéns cris, definitivamente uma pessoa singular...

23 de abril de 2010

22 de abril de 2010

"o que faço eu aqui"







































Bruce Chatwin foi uma descoberta da minha adolescência tardia - quando já adulto de idade descobria algumas das coisas que nos devem fascinar mais cedo...
Mas a questão marcou-me. A nossa presença ou passagem pelos locais ajuda a que nos identifiquemos e que nos reconheçamos nesses espaços.

A árvore na cidade surge por nossa imposição, porque nunca é o seu lugar natural.
A árvore não cresce espontaneamente na cidade.
A árvore não pertence à cidade, é-lhe superior.

Por vezes, algumas cidades, merecem as árvores, e merecem chamar-lhes suas...

mas, não é esse o caso deste exemplo...

19 de abril de 2010

"voorspel van een gebroken liefde"





























































ou "prelúdio de um amor partido",
livro ilustrado por Isabelle Vandenabeele,
cujas imagens - gravuras - receberam o primeiro prémio da edição de 2009 da Ilustrarte, bienal internacional de ilustração para a infância, em exposição no Museu da Electricidade, Central Tejo, em Lisboa.

as fotos são minhas mas a gravura é de Isabelle Vandenabelle e foi escolhida para rosto do programa da exposição.

18 de abril de 2010

"sem rede"








































































mas com muitas redes, malhas, tricots e outros rendilhados...
a Joana Vasconcelos, filha de fotógrafo, merece a nossa maior consideração pelo prazer que tem e que oferece na construção das suas peças/instalações.

16 de abril de 2010

foi o meu quarto café da noite



















os prazeres simples, de tão singelos, 
são tantas vezes esquecidos...

14 de abril de 2010

"death star"


















não é com certeza a estrela da morte do filmes do lucas,
mas esta esfera feita de balas de pistola cumpre o seu propósito guilhotinesco...

peça "death star" de Robert Longo, em exposição no átrio do Museu Berardo

13 de abril de 2010

11 de abril de 2010

8 de abril de 2010

"o meu irmão é filho único"















"- o duce inventou a arquitectura racionalista!
 - o que é isso? que tem sempre razão?..."

diálogo retirado do filme "o meu irmão é filho único", de Daniele Luchetti

foto da "Casa do Fascio" de Giuseppe Terragni, retirada do álbúm "fotos de arquitectura em Como" de Evan Chakroff http://evanchakroff.com/

7 de abril de 2010

6 de abril de 2010

o brilho do beco escuro






















a utilização do azulejo na arquitectura é muitas vezes criticada.
outras vezes reverenciada,
e outras ainda, ignorada.

no fundo, tudo se trata de textura,
como quando nos dizem que preferem as "fotos em papel mate".

os brilhos podem confundir, é verdade.
as cores podem ser outras, também é verdade.
os tamanhos das peças a aplicar podem - e devem - obrigar a uma maior rigor,
que muitas vezes é esquecido, o que é igualmente verdade.

mas caramba, que raio de preconceito é esse que nos obrigada à parede lisa e monocromática, primeiro com reboco, depois com "fenólico" do norte da europa ou uma qualquer chapa alemã ou americana.

o excesso de informação e o nosso provincianismo levam-nos a renegar as nossas tecnologias - surgidas para satisfazer as nossas necessidades concretas - para abraçar uma modernidade que encontramos nas revistas, com materiais que não são os nossos e que pouco nos dizem.

num mundo global, talvez esta seja uma conversa de treta, mas quando pretendemos valorizar as nossas qualidades e definir a nossa identidade/especificidade para melhor nos afirmarmos nesse mesmo mundo global, é conveniente olhar para trás e aprender alguma coisa com o passado.

e afinal, porque usamos nós o azulejo?

é a luz, senhor; é a luz...

5 de abril de 2010

as minhas estacas






















que raio de nome para bairro,
que raio de nome!

numa assimetria simétrica,
equilibrada,
todos são diferentes e tão iguais.

não recordo bairro onde mais gostasse de viver,
no sossego do silêncio
entre cortado pelo comboio,
surdo e ruidoso.

não recordo outro bairro...

4 de abril de 2010

esquartejar






















não compreendo a razão de tão popular castigo nos idos de antigamente.
retirar rasgando os membros de cada qual, 
como tortura, 
ou pena,
porque faz pena pensar nesse penar.


esquartejar,
um verbo caído em desuso...

1 de abril de 2010