31 de outubro de 2008

a igualdade está a passar por aqui



em tempos de reivindicações, nada melhor do que reafirmar "queremos o mesmo que tu!"
na melhor tradição do "ou há moralidade ou comem todos!", esta frase só confirma o panorama imoral da nossa classe dominante (e de todas as outras...).
no fundo, no fundo, todos temos inveja daquilo que os outros têm e nós não conseguimos ter, seja lá o que isso for e sirva para o que servir, mesmo sem saber se tal nos serve ou faz falta.
enfim, igualdade...

29 de outubro de 2008

eu vi um sado... um grande sado...



Foi há já vários anos um fenómeno. um verdadeiro feito tecnológico português, injustamente esquecido. de curta duração - cerca de 500 unidades em dois anos de comercialização - foi o percursor de smarts e outros micro carros multinacionais. o sado 550, fabricado em portugal, conseguia o prodígio de estacionar na perpendicular dos outros automóveis, ocupando em comprimento o que os outros ocupavam em largura.
hoje, não cumpriria nenhuma norma ambiental ou de segurança mínima, nem sequer corresponderia aos padrões de "qualidade de construção" que os consumidores de automóveis exigem, mas, como este exemplar o comprova, continua a andar (e bem), apesar da respeitável idade de (pelo menos) 24 anos.

28 de outubro de 2008

um pôr-de-sol igual para todos



o branco torrado por vezes não é mais mais do que a cor do repouso. podemos chamar-lhe dourado, bronzeado, curado ou curtido, mas acaba sempre com o mesmo sentimento: todos temos falta de horas de sol. quem as tem, quer ter mais, quem não as tem, quer tê-las.
muitas vezes pensei que estes exemplos de construção simbolizavam a aproximação dos lares humanos aos pombais.
hoje sou mais prosaico com os meus comentários e contento-me com a constatação de poder usufruir de bons motivos fotográficos... mas há muitos...

26 de outubro de 2008

um desabafo



a moderna vida urbana obriga-nos a convívios e confraternizações desenfreadas.
resguardarmo-nos no recato do lar já não é opção politicamente correcta e todos temos - juntamente com os nossos rebentos - de reunir, confraternizar, jantar, lanchar, falar, reunir, confraternizar, jantar, lanchar, falar, reunir, confraternizar, jantar, lanchar, falar, reunir...
o recato do lar também não é o lugar para tanta confraternização, nem pelo espaço - cada vez menor - nem pela disponibilidade física e financeira de todos os intervenientes.
surgem então os espaços para estes encontros... e aflora uma imensidão de estereótipos e lugares-comuns, de necessidades desnecessárias, de brincadeiras repetitivas e de gulas irreais e irresponsáveis.
sendo preguiçosos e egoístas, todos alimentamos estas sucessivas feiras de vaidades e desperdícios, de onde regressamos sempre com uma imensa dor de cabeça, um estômago vazio e a boa seca...

nota 1: o desabafo está propositadamente vago e indeterminado.

nota 2: o homem é um animal de hábitos, vícios e comodismos. O que aqui critico é a consequência natural da concorrencia comercial entre diversos espaços que se esforçam apenas por oferecer o que os seus clientes lhes pedem - e cujos serviços eu também já contratei...



22 de outubro de 2008

arte urbana 4



A solidão das decisões pode ser preocupante. nunca temos a certeza de estar certos. nunca podemos encontrar o conforto da confirmação em actos semelhantes de outrém. nunca saberemos se tomámos a opção certa. por vezes sentimo-nos como espantalhos em campos de milho ou como marcianos em terra. outras vezes nem sequer pensamos se a irreflexão do acto foi justificada. mas continuamos a dizer que as nossas cidades são feias, cada vez mais feias...

16 de outubro de 2008

arte (quase) urbana 3



por vezes, nas mais variadas situações, temos ideias destas.
azul sobre fundo azul, verticais sobre verticais, riscas com riscas.
neste caso foi em trabalho, mas poderia perfeitamente ter sido em diversão.
o palco estava vazio mas enche-se muitas vezes para encontros de cante alentejano acompanhados de violas campaniças.
a cobertura há muito ausente, foi abandonada pelo perigo que apresentava, tal era a escassez da sua reduzida altura.
agora pedem-nos uma nova, mais alta, mas dificilmente será azul...

15 de outubro de 2008

prados do repouso



temos um certo fascínio - talvez mesmo um prazer morbido - pelos cemitérios.
não sei se pela verticalidade introduzida pelos ciprestes, se pela calma e paz sempre presentes, ou pela beleza urbana de alguns destes espaços.
para muitos, o cemitério é mesmo o espaço de beleza por excelência, pois é lá que repousamos durante a eternidade, após uma vida sempre efémera.
por mim, não tenho presentes os reais motivos.
apenas sei que muitas vezes é nestes espaços que se conjuga a melhor luz com a essência do ser humano...
mesmo que seja no exterior do muro...

11 de outubro de 2008

outro regresso



depois de um verão como muitos outros, bom, regular ou mau - consoante o vigor dos diversos negócios - sabe sempre bem regressar aos locais que ajudámos a (re)criar, e às ferramentas que por vezes pomos de parte... e o 11-22 portou-se à altura, bem como o cpl.

10 de outubro de 2008

as outras muralhas



não é um cavaleiro solitário a tentar conquistar a cidade cercada,
não é sequer o último exemplar da sua espécie,
o coberto vegetal tem destas coisas... faz-nos fantasiar

5 de outubro de 2008

arte urbana 2


sobre o uso da cor na Arquitectura, muito se tem escrito. por vezes até demais.
a cor deve ser utilizada como elemento base, seja padrão seja diferenciador.
a cor deve funcionar como elemento que salienta a essência volumétrica do conjunto edificado.
a cor deve também respeitar alguns critérios base de adequação e exequibilidade.
a cor deve existir mas não se deve impor, porque então não estaremos a fazer arquitectura, mas sim escultura, e aí voltamos a pensar que somos artistas...

2 de outubro de 2008

arte urbana 1



A profissão de Arquitecto, academicamente, faz-nos acreditar que somos artistas... na prática, somos apenas uns especialistas requintados em corte e colagem dos mais diversos acessórios nas mais diversificadas situações... E por vezes acreditamos que estamos a fazer arte!...