cruzes

os dilúvios avivam a nossa memória, relembrando quão saudosos são os dias de estio...

à maneira de... 4

os irmãos fernando e sérgio, fotógrafo e produtor, também conhecidos como os irmãos guerra, ou ainda como fg + sg http://ultimasreportagens.com/, vieram revolucionar o panorama da fotografia de arquitectura lusa.

com um modo simples de olhar, registando no espaço a dimensão humana, contrapondo a arquitectura aos seus utilizadores - dando escala a ambos - desmistificaram a ideia de muitos arquitectos gostarem de ver as suas obras vazias, sem gente e sem equipamento.

esta imagem de florença foi registada ainda antes de eu sonhar quem eles eram, e muito antes até de eles serem profissionais da fotografia, mas o que me motivou foi a mesma ideia que os move a eles...

à maneira de... 3

não existem páginas pessoais, ou sites de internet, ou blogs, ou livros, que se sobreponham à experiencia de viver e fotografar situações, momentos, instantes...
vários nomes de vários fotógrafos ficaram famosos a fazê-lo, desde quase todos os fundadores da agência magnum, até aos muito nossos gérard castello lopes e eduardo gageiro.

este instante, de profunda solidão "internacional" em ano de exposição mundial, não pretende ser uma cópia da maneira de olhar destes grandes artistas, apenas uma homenagem...

passagens e percursos

rain drops...

convenci-me há alguns anos - e com justificada razão - de que o meu material fotográfico deveria ser estanque (à chuva, vento, poeiras, areias, e demais contrariedades terrestres - não é obviamente submergível!).

de facto, e de modo irrepreensível, tanto máquina como objectivas têm uma "capacidade de encaixe" às adversidades atmosféricas que não deixa de me surpreender, suportando sem o menor sobressalto quaisquer das referidas maleitas.

o meu problema é que eu não tenho a mesma capacidade de encaixe!
e por mais que me esforce e me queira convencer a sair, os dias de inverno chuvoso não me apelam a mais do que descanso caseiro ou a programas dentro de portas.

assim, fotos de chuva, só dentro de vidros...

à maneira de... 2

michael reichmann, mentor do célebre http://www.luminous-landscape.com/,
referencia da paisagem e da natureza, este canadiano de gema, quando não está a fotografar na islândia (suspiro de inveja...) diverte-se a fotografar plátanos canadianos...

os plátanos que aqui apresento vivem no centro de lisboa, no inolvidável jardim botânico da faculdade de ciências. imperdíveis.

à maneira de... 1

gianni galassi http://giannigalassi.typepad.com/
faz, e com sucesso, uma abordagem geométrica e arquitectónica da arte fotográfica.
gosto do que ele faz, apesar de algumas vezes parecer forçado, intencionalmente forçado...

na série aqui iniciada pretendo mostrar imagens minhas transformadas "à maneira de...".
a digitalização da imagem e a simplificação da sua edição permite este tipo de brincadeiras.
assumo-a com todas as suas consequências, porque não quero ofender ninguém, nem tirar proveitos destas "cópias".

botão de flor

singularidades

manoel de oliveira cumpriu ontem, e cumpre hoje, 101 anos.
o normal desfasamento entre datas de nascimento e de registo proporcionou nele, como em muitos de nós, tal ambiguidade...

no entanto, parabéns pela singularidade do primeiro aniversário depois do centésimo.

porque merece ser reconhecido, relembro a exibição aqui em faro, na programação do cine-clube, do filme "singularidades de uma rapariga loira", no próximo dia 18 de dezembro, às 18h00.



imagem promocional do filme "singularidades de uma rapariga loira" de manoel de oliveira

essências

o que nos move quando desenhamos é um grande mistério.
na maioria das vezes, as ideias surgem por acaso, e depois encontramos grandes argumentos teóricos para justificar o injustificável.

quando os programas são muito técnicos, refugiamo-nos nalguma ideia ou conceito e depois dizemos que tudo derivou daí.

quando as obras são públicas, com quadros de financiamento rigorosos e muito pouco flexíveis, pensamos estar a criar algum grande objecto, quando na pratica estamos apenas a conjugar legislação que nos é imposta.

não sei onde vamos acabar, mas há muito que sei que não somos nem nunca fomos artistas.

alguns pretendem-se escultores em grande escala, outros matemáticos do espaço e outros ainda pintores de cenários.

mas o problema reside em muitos de nós não saberem em que palco devem estar...

fog & mist

o dia hoje começou com nevoeiro, e eu lembrei-me dos olhos deste gato... (qual gato?)

uma ida ao circo

provavelmente, não ia a um espectáculo de circo há mais de vinte anos...
ontem fui e lembrei-me das razões porque tal acontecia...
nem as miúdas saíram contentes!

as únicas memórias digna de registo foram as experiências com o estabilizador de imagem, como se vê nestes exemplos.


suporte da tenda do circo "dallas", ISO 800, equivalente 110mm, 1/13s


"maestro saxofonista", ISO 800, equivalente 300mm, 1/20s

afinal, nem todos são pardos...

antes de mais, não é brincadeira!

este é um dos primeiros 100 exemplares da versão multi-colorida da nova pentax k-x.
a câmara é real, funcional e, em termos práticos de utilização, não difere em nada das versões "normais".

parabéns pentax, por uma abordagem lúdica desta coisa simples que é a fotografia.

nós é que gostamos de a complicar...

a imagem foi retirada do site k-rumours.com, dedicado à "investigação" de novidades no mundo da fotografia "pentaxista". estão lá mais imagens e mais informações sobre esta multi-colorida.

escamas de pedra

um postal

um dia ri alto e repreenderam-me...

a arena, furtivamente

à noite, furtivamente

viver debaixo da ponte

a minha sanita é melhor que a tua

pinceladas no azul

o meu muro

bem, um deles... e não é bem meu...

o muro

comemoraram-se ontem vinte anos sobre o início da derrocada do muro "da vergonha".
pensei em não escrever nada sobre este muro.
as memórias cinematográficas de wenders e fassbinder, com anjos e demónios em conflitos silenciosos, e as belíssimas ficções (anti)documentais dos mais recentes sucessos do cinema alemão pareciam-me suficientes para sintetizar os meus sentimentos sobre o tema.
mas não.
algo no espalhafato e delírio visual das comemorações oficiais - justificadas - relembrou-me o lado urbano-poético daquela imensa extensão de betão.
nunca, excepto talvez nos ainda existentes muros "de vergonha", os poetas do graffiti puderam expressar tão bem as suas ideias, receios e críticas.
é bom lembrar porque a nossa memória perde-se em situações mundanas, esquecendo por vezes o essencial.

foto disponibilizada pela agência anews (www.anews.eu). autor não identificado.

metáforas de vida

profundidade

não há ideia profunda que resista ao surreal provisório transformado em definitivo por abandono.
não há qualquer ideia de profundidade ao presenciar esta vista.
não existe qualquer perspectiva de futuro para este lugar.
a porta fechada, a escada estendal do abandono, a cratera resultante de desbastes de terras, o percurso pedonal que atravessa - com bastante uso - há vários anos.
qualquer profundidade. não há...

o obituário do antónio

sem palavras.
o seu som sempre esteve muito à nossa frente.

imagem de antónio sérgio de autor que desconheço. se alguém o conhecer, diga. eu corrigirei.

foi real

a apresentação de "boato" ao vivo, constituiu uma das mais agradáveis experiências da minha vida.
o rapaz - leia-se jpsimões, pouco mais velho do que eu, apresenta-se com as suas melodias simples e o seu tom de voz grave e ponderado, mas transforma qualquer frase ou momento sério em surrealismo irónico, arrancando estrondosas gargalhadas da mais sisuda assistência.

a voz é maravilhosa, e conheci-a antes de saber como se chamava - nos tempos de uma "toilette des etoiles", cantada em francês de coimbra.

a música e as letras transportam-nos - "a nossa geração" - para imagens das nossas dúvidas e angústias e incertezas, com a simplicidade de quem lê a sina enquanto bebe umas cervejas.

para quem não viu, vale a pena ver.

para quem viu, sabem que só se pode rever.

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foto da autoria de antoine pimentel para a capa do disco "boato" de jpsimões, gravado ao vivo no jardim de inverno do teatro s. luiz

equilíbrio

alçados non-sense 8

a vista da visita

no topo da escada, a raiz.
subo para encontrar a base, como numa gravura de escher...

densidades 3

mais um exemplo do nosso património...

moderno ao sul

sei pouco

sei mesmo muito pouco.

quando vejo o trabalho deste senhor,

quando o oiço a falar,

quando o vejo dizer porque fez o que fez,

quando o vejo afirmar,

como quem ultrapassa toda uma vida,

que hoje faria tudo diferente,

dando mais valor às pessoas e à integração social,

lembro-me de outros,

para quem a arquitectura mais não é do que escultura e instalação,

mesmo que não o reconheçam.

daqui a uns anos gostava de olhar para trás com a mesma serenidade do olhar deste grande senhor.

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começou hoje e prolonga-se até ao dia 28 de novembro, no museu municipal de faro, a exposição 'moderno ao sul' sobre a obra do arquitecto manuel gomes da costa, grande responsável pela implementação da arquitectura moderna no sul do país.

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fotografia de manuel gomes da costa e logotipo da exposição da autoria de gonçalo vargas.

fotografia da habitação e cabeleireiro 'carmen', em faro, de autor desconhecido

desalinhado

farpas

a rocha talhada falha-nos as mãos,
e o fio de sangue escorre,
como num qualquer poema,
numa qualquer história,
ou numa qualquer paixão.

pregar aos peixes

ontem,
hoje,
e provavelmente durante os próximos dias,
caim,
o novo livro de josé saramago,
vai continuar a provocar celeumas.
não entre quem leu o livro,
não entre quem o quer comprar,
não entre quem gosta da escrita deste prestigiado representante da nossa literatura.

apenas porque saramago não se sabe calar - e ainda bem que diz o que pensa - e porque há quem o queira ouvir para transmitir apenas algumas (poucas e escolhidas) das suas palavras e assim ganhar o dia com as notícias.

interrogo-me sobre como seria nos dias de hoje, profundamente reverentes e politicamente correctos, fazer um sermão aos peixes e publicá-lo...

a ausência de fumo branco

deu-me uma branca.
e então lembrei-me de cores, muitas cores...
das varandas, das roupas, das fachadas, das chaminés, das notas musicais dos sons que aqui se ouvem, das nuvens e do céu.
enfim, de tudo.

o museu de portimão

por vezes é necessário reconhece-lo.

há cidades mais dinâmicas do que a nossa, mesmo quando são naturalmente diferentes, urbanisticamente (ainda) mais feias e turisticamente adeptas das resmas e pacotes.

mas, apesar de tudo isto,

apesar de terem um dos mais horríveis palácios de justiça,

de serem adeptos das passagens desniveladas claustrofóbicas,

e de terem um trânsito caótico,

portimão, e o museu de portimão

merecem ser louvados, visitados e referenciados sempre que possível.

esquerda, direita e centro

quando criança, ensinaram-me que "devemos olhar sempre para ambos os lados, porque o perigo espreita da esquerda e da direita!"
mais tarde, ainda criança, questionava os meus pais "porque vivemos no 2º direito se somos de esquerda?..."
mais tarde ainda, antes de ser um cidadão de pleno direito e poder exercer o meu direito de voto, comecei a perceber que havia esquerda e direita com ideologias muito próprias e contraditórias, muitas vezes semelhantes e com a mesma inspiração. e interrogava-me sobre as reais diferenças entre ditaduras fascistas e socialistas...
ontem, em conversa de amigos, percebi que é muito fácil cristalizar em ideias e ficar convencido de coisas que não são bem assim. a "esquerda" ou a "direita" que defendemos são dúbias, confusas e tudo menos credíveis. muitas vezes misturam-se, outras vezes confundem-se.
mas já não são de fiar...

a foto da vista

sem luz

hoje assinala-se o dia mundial da bengala branca, sob o lema "um olhar por quem não vê".
entre as diversas actividades que se realizam no algarve, e em particular em faro, destaco o "percurso dos sentidos" às 16h30m, onde pessoas com visão serão "cegas" por uns minutos ao experimentarem a utilização de uma bengala branca, num percurso entre o museu e a câmara municipal.

alçados non-sense 7

alçados non-sense 6

património municipal... inolvidável

fading out

completei agora 38.
estarei a desvanecer?...