uma capela perfeita

encruzados

as capelas imperfeitas 19

wired

dez dias depois,
desalinhado,
alinhavo,
misturo cores e,
qual poção mágica com pozinhos prilim pim pim,
vislumbro rosas e laranjas,
roxos e magentas,
negros e lilazes,
tudo num simples céu com nuvens brancas.

senti-me um verdadeiro impressionista!

as capelas imperfeitas 18

A luz desafia a razão,
com precisão geométrica,
temporal,
instantânea.

Luz no buraco,
podia ser o título, mas é apenas o que é...

"...mas eu tenho uma parabólica!"

uma questão triangulada

o beijo

hoje, por algum desígnio que me ultrapassa, celebra-se "o dia mundial do beijo".

não costumo celebrar "o dia" - apenas o dia - dos momentos que nos marcam, mas lembrei-me desta outra celebração do "beijo", que ainda hoje me emociona...

 


cena do  filme "Cinema Paraíso" de Giuseppe Tornatore, Itália, 1988

os fantasmas divertem-se

uma ideia para salvar o mundo

"Iremos parar durante um minuto todos os dias,
interromper o que estivermos a fazer,
de repente,
a meio de uma palavra, 
de uma passada,
de uma garfada.
E, perfeitamente imóveis, veremos que o mundo é uma cruz para quem o carrega
e um berlinde para quem o empurra.

Depois é só escolher."


Ideia de Afonso Cruz, escritor e Ilustrador, retirada das  "100 ideias para o Futuro"  da edição especial nº 100 da revista LER, Março 2011

o obituário luminoso

A minha primeira imagem de Sidney Lumet foi com este filme

"O veredicto"

filme de tribunal, denso e escuro, com a imensa luz destes dois pares de olhos.

depois comecei a prestar uma grande atenção à carreira deste grande senhor que hoje se foi, e nunca fiquei desiludido. E nunca ficarei.

Um bom descanso!


foto de Laura Fischer para divulgação do Filme "The veredict", USA, 1981

as capelas imperfeitas 17

O que mais quero é descansar, deitar-me ao sol, a apreciar os luxos da vida...

as capelas imperfeitas 16

Vendo.
Ofereço-me.

com a corda no pescoço, ajoelho-me perante vós e ponho a cabeça no cepo.

com as mãos agrilhoadas, juro a eterna obediência e submissão.

com o corpo em sangue, garanto o esforço permanente para cumprir as demandas.

com a língua presa e a mente amordaçada, aceito o meu penar.

ontem de manhã esta imagem surgiu como que por acaso.
ontem durante a noite relembrei a imagem nas palavras de um dirigente político, e por momentos imaginei o que ele deveria estar a dizer, mas não disse... mas eu escrevi à mesma...

"os cús de judas"

escrever.
com todos os nós da alma, das mãos, prolongar a mente até à esfera da caneta, serpenteando na folha, qual alpino ski, contornando obstáculos.

escrever.
com todos os medos que nunca se perdem, nem escondem, nem fogem,
antes se entranham.

escrever.
com saliva, sangue, sebo, sémen, suor.
molhar o papel, sujá-lo com a gordura da mente, sulcá-lo com tinta da esfera da alma.
enchê-lo com o que verte o corpo,
todo o corpo,
toda a mente.



página de um manuscrito de António Lobo Antunes, publicada pela revista LER de Março 2011

a importância da junta

the light of my life

por vezes temos momentos em que a dispersão de ideias nos faz perder o rumo, o sentido do nosso movimento.

não tem que ser uma linha recta,
nem curva.

é um pouco como a luz de um automóvel: aponta para a frente, mas tem os contornos um pouco indefinidos...

afinal de contas, todos somos flexíveis no nosso modo de seguir em frente.

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