29 de fevereiro de 2012

ai portugal, portugal...


































A Livraria Portugal encerra hoje, após sete décadas de funcionamento.

Depois de guerras, ditaduras, revoluções, reformas, abundâncias e crises, chega ao fim um ciclo de mais um espaço emblemático da baixa de Lisboa.

Depois de Grandella, papelaria Fernandes, ourivesaria Aliança, perfumaria da Moda, entre outros, que por falência, incêndio ou outra perversidade qualquer, deixaram de preencher o nosso imaginário, deixa-nos mais uma livraria.

Os negócios mudam, alguns gestores estagnam, outros empregados sornam, mas em definitivo, parece que só nos preocupamos com estradas, combustíveis e passeios.

Queremos tanto circular e mover, que nos esquecemos de estar e parar. E mesmo querendo mover-nos, é bom lembrar que é necessário que exista algo em algum lugar para se poder parar, senão ainda corremos o risco de resumir a nossa existência ao assento do carro e à literatura de área de serviço das (auto)estradas.

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