31 de março de 2010
as palavras que nunca te direi
escrevo-as numa parede,
porque não as digo,
por vergonha,
medo,
pavor,
receio de um mal,
que ninguém sabe qual é.
as palavras que nunca te direi,
guardo-as para mim,
porque não as partilho com mais ninguém,
nem o anónimo pedestre,
nem o sagrado,
nem o etéreo.
numa caligrafia disforme,
una,
imprecisa,
escrevo guardando para mim
o que quero escrever.
29 de março de 2010
28 de março de 2010
Lightroom 3 beta 2
Não costumo ter conversas destas.
Sou do género de poupar os outros às conversas técnicas que nem todos entendem, ou apreciam...
No entanto, este novo software - ainda em fase experimental - acrescenta alguma filosofia à coisa... senão vejamos:
hoje, em 2010, apenas com recurso a software simples, acessível e fácil de manusear, posso "revelar" negativos digitais - ficheiros ditos RAW - de imagens de há vários anos atrás, tornando-as tecnicamente melhores e muito mais "apresentáveis".
Não estou a falar de manipulação, de alteração, de edição. Estou a falar da leitura directa dos dados fornecidos pelas cameras e registados sob a forma de um negativo digital.
Hoje, as cameras do passado são melhores do que eram quando foram pensadas/produzidas, porque com elas podemos obter melhores resultados.
As minhas fotos não são melhores ou piores com este software.
Algumas das minhas fotos do passado poderão graficamente melhorar depois de reveladas no Lr3.
Algumas das minhas fotos de futuro poderão ser feitas em situações piores, porque sei que as conseguirei revelar melhor com o Lr3.
Acima de tudo, ganhei um pouco mais de flexibilidade... e com retroactivos...
P.S. Hoje voltei a escrever com maiúsculas.
nota: o logotipo Lr e a designação Lightroom são propriedade da Adobe Systems Incorporated
27 de março de 2010
26 de março de 2010
24 de março de 2010
23 de março de 2010
21 de março de 2010
20 de março de 2010
19 de março de 2010
"a intacta ferida"
a pele aberta
em sangue,
qual seiva escorrendo em árvore esquecida.
a pele esquecida,
seca,
qual pedra eterna ao sol.
a pele ferida,
crua,
qual sobreiro abandonado em canto de jardim.
"a intacta ferida" é o título de um livro de poesia de antónio ramos rosa,
publicado pela relógio de água em 1991
18 de março de 2010
17 de março de 2010
"pêcheur d'images"
neste dia a imagem foi mesmo "pescada"...
a designação "pêcheur d'images" é propriedade intelectual das edições "pêcheur d'images" e do fotógrafo philip plisson, que muito admiro.
espero não ser mal entendido...
16 de março de 2010
a primeira imagem
este é o post nº 300...
esta foi a primeira imagem digital que guardei como minha...
nenhuma está relacionada com a outra, mas também nada disso interessa...
15 de março de 2010
14 de março de 2010
12 de março de 2010
11 de março de 2010
10 de março de 2010
7 de março de 2010
6 de março de 2010
layers
somos apenas camadas,
de arrogância,
de redundância,
de abundância(?),
de (in)constância,
e de incoenrência...
5 de março de 2010
"moderno tropical"
completei finalmente a visualização da "costa dos murmúrios" de margarida cardoso, baseado no romance homónimo de lídia jorge.
o vislumbre da arquitectura portuguesa em áfrica, faz-nos pensar na simplicidade do "nosso" pensamento moderno, na sua eficácia, na sua beleza, na sua adequação ao espaço e ao clima.
recordo aqui um outro exemplo desse vislumbre, a obra "moderno tropical" de ana magalhães e inês gonçalves.
simples, puro e bruto - tanto como documento fotográfico e arquitectónico, como registo sociológico. imperdível!
imagem do edifício da universal, lobito. projecto do arqto. francisco castro rodrigues.
foto de inês gonçalves retirada do livro "moderno tropical", ed. tinta da china, 2009
4 de março de 2010
a memória
é muito fácil esquecer as nossas origens,
ou como eram as coisas nas nossas origens.
a memória traz-nos imagens difusas,
muitas vezes "polidas", sem arestas, sem contornos.
quando nos confrontamos com a realidade das nossas memórias, nem acreditamos...
1 de março de 2010
o mês da primavera
após todos os temporais, chuvas, ventos e enchurradas,
sabe bem voltar a ver o céu limpo e a lua,
e sentir na pele uns farrapos de maresia,
e saber que é março...
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