31 de março de 2010

as palavras que nunca te direi

























escrevo-as numa parede,
porque não as digo,
por vergonha,
medo, 
pavor,
receio de um mal,
que ninguém sabe qual é.

as palavras que nunca te direi,
guardo-as para mim,
porque não as partilho com mais ninguém,
nem o anónimo pedestre,
nem o sagrado,
nem o etéreo.


numa caligrafia disforme,
una,
imprecisa,
escrevo guardando para mim
o que quero escrever.

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