25 de outubro de 2010

sem imagens

A notícia é de ontem,
"morreu o walkman",
e deixou-me - como provavelmente a muitos outros - a relembrar as memórias de um passado mais ou menos distante:
A inveja que sentíamos na escola daqueles que ostentavam os primeiros modelos (grandes, azuis e com botões laranja).
A satisfação na compra do nosso primeiro "walkman" genuíno.
O prazer de ouvir a nossa música, em vez do silvo agudo dos rodados do metro circulando nos carris.
A indignação quando as pilhas começavam a falhar, e a fita enrolava a uma velocidade menor, e os sons e as vozes se distorciam em experiências sonoras inusitadas.

Recordo-me em particular dos momentos de seleccionar "o que gravar" nas três ou quatro cassetes que me dispunha a transportar, ou de me sentar a desenhar em tempos de faculdade, ouvindo as músicas novas que ia descobrindo, gravadas de um amigo ou da rádio, quando deixávamos sempre o gravador em stand-by, pronto a gravar este ou aquele tema que nos tocava mais.

Mas a morte de ontem começou há muitos anos...
primeiro vieram os cds e o parente rico "discman", e a música deixou de rodar a velocidades descabidas;
depois foi o ipod e o mp3, e deixámos de comprar os suportes;
por último, estamos a deixar de usar equipamentos para ouvir música, integrando essas funções em telefones, agendas electrónicas ou mini-computadores...

Qualquer dia, a musica ainda vai ser descarregada, juntamente com outros conteúdos, directamente para a nossa cabeça...

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