14 de novembro de 2011

é o património, estúpido...




Por vezes oiço dizer que uma das nossas grandes riquezas é o nosso património, material e imaterial, seja arquitectura, literatura, música, paisagem, ou apenas a nossa maneira de ser, a nossa "cultura".
Mas quando vejo exemplos destes, pergunto que povo é este que deixa cair pontes - várias pontes - com vítimas por vezes mortais - às vezes muitas vítimas!

Recordo-me do telefonema em directo para um telejornal, do ex-autarca de Castelo de Paiva, quando caiu a ponte do seu concelho, e a sua expressão de pânico e desespero impotente para poder fazer o que fosse. Ele bem apelou e pediu, mas só teve ajuda para encontrar os restos mortais de algumas vítimas - e nem todas apareceram...

Que povo é este que se deixa governar por quem não o governa, e apenas se preocupa com uns números, que nunca são os mesmos. Já foram os quilómetros de auto-estrada, os milhões de subsídios angariados, o número de deputados da assembleia da república, o percentual de defícite público, a taxa de juro da dívida soberana, o número de funcionários públicos (que à falta de melhor, "é esperar que morram!...").
Perder património assim é perder memória. 
Sempre me recordo de ouvir que a nossa memória, a nossa história, o nosso know-how são bens imateriais incalculáveis e demasiado importantes para serem desbaratados. Mas parece que este argumento só prevalece quando é necessário comprar submarinos para que cem marinheiros - cuja valia e dedicação não deve ser desmerecida - não desbaratem o seu know-how.


Foto de autor não identificado, retirada de http://www.abola.pt










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